Como saber se um site é seguro e confiável para comprar online


Taysa Coelho
Taysa Coelho
Jornalista

Saber se um site é seguro ou não é fundamental na hora de fazer uma compra online. Além de ter a garantia de que receberá o produto, é preciso ter certeza se seus dados pessoais e bancários estão protegidos.

Reunimos a seguir as principais dicas para perceber se uma loja virtual é confiável e, assim, evitar possíveis sustos.

1. Use um verificador de sites seguros

Reprodução da página do Google Transparency Report

Existem vários serviços online e gratuitos que avaliam se uma página da web é segura ou não. Na maioria deles, basta copiar o endereço da URL e colar na ferramenta de pesquisa.

O Google Transparency Report é um dos mais conhecidos e afirma analisar bilhões de URLs por dia para encontrar possíveis falhas de segurança. De acordo com a empresa, é comum sites reais aparecerem entre os afetados.

Isso indica que podem ter sofrido algum ataque ou que precise de alguma atualização e, por isso, naquele momento, sejam considerados perigosos.

Listamos a seguir os principais serviços para testar a segurança dos sites:

2. Não clique em links suspeitos

Tome cuidado ao clicar sobre o link de uma promoção que recebeu por e-mail ou em um banner com uma publicidade em um site. Eles podem direcioná-lo para sites falsos, que copiam a identidade visual de páginas de marcas conhecidas, para roubar dados dos usuários.

Essa prática é conhecida como phishing. Ao se passarem por sites legítimos, solicitam informações pessoais e bancárias dos usuários, que enganados, as compartilham. Mas existe uma maneira simples de detectar se realmente direcionam para a página sugerida.

Exemplo de como verificar a url de sites sem precisar clicar em um link

Posicione o ponteiro do mouse sobre o link ou banner, sem clicar. Na parte de baixo do navegador, será exibido o endereço. Veja se corresponde à URL da loja indicada.

Posicione o mouse aqui para testar (sem clicar! 😁)

Dê uma olhada com atenção à URL. Os criminosos virtuais vêm se especializando e substituindo caracteres por outros visualmente parecidos, como a letra O pelo número 0, por exemplo. Um olhar desatento pode não reparar a diferença.

3. HTTPS (ou cadeado)

Já reparou que endereços de sites são sempre iniciados por http:// ou https://? Apesar de parecerem a mesma coisa, a letra s faz toda diferença no que diz respeito à segurança e confiabilidade.

Ela indica a presença do protocolo SSL ou TLS, que garante uma comunicação criptografada entre a página e o navegador de internet. Em outras palavras, informa que ninguém conseguirá codificar os dados compartilhados, caso a conexão seja interceptada.

Os navegadores costumam sinalizar os sites confiáveis com o ícone de um cadeado ou com a palavra seguro, do lado esquerdo da barra de endereços. Jamais forneça seus dados se não vir esses indicadores.

Site do appgeek com os indicadores de segurança de cadeado e https

A empresa de softwares de segurança AVG alerta que não é possível confiar totalmente no https. Segundo a companhia, já há sites de phishing que utilizam o protocolo “para parecerem legítimos”.

Ou seja, apesar de não conseguirem interceptar os dados, o proprietário do site, que é um criminoso, os recebe. Por precaução, é coloque em prática todas as dicas desse artigo para ter certeza de que está em uma página confiável.

4. Procure pelo selo de segurança

Selos de segurança de um site

Os selos de segurança são certificados que indicam que o site tomou medidas para garantir que não haja riscos ou vulnerabilidades para os seus clientes. Eles são indicados por imagens estáticas, geralmente exibidas no final do site.

Mas os golpistas estão constantemente em busca de alternativas. É possível encontrar páginas que copiam e colam esses selos, sem garantir a proteção prometida. Por isso, sempre que der, acesse a página do selo indicado e busque pela loja virtual na qual pretende comprar. Entre os mais conhecidos, estão os seguintes:

  • SiteLock
  • Site Blindado
  • Google Safe Browsing
  • eBit
  • Certisign
  • Reclame Aqui

5. Fique atento a sinais suspeitos

Mulher olha atenta a laptop enquanto bebe café

Apesar de parecer uma dica óbvia, o visual da loja online pode dizer muito sobre ela. Alguns sinais ajudam a descobrir se um site é falso ou se está contaminado por malwares. São eles:

  • Pop-ups. Se ao entrar, começarem a abrir várias janelas, fique atento. Pode ser uma tentativa de fazer com que clique em algum link por engano e seja direcionado a outra página. Ou então para que baixe um programa malicioso sem querer.
  • Sites mal diagramados, com aspecto antiquado. Se nem a aparência está atualizado, a chance de que os protocolos de segurança também não estejam.
  • Anúncios maliciosos. Em geral, são aqueles que piscam e fazem de tudo para chamar a sua atenção, mesmo que seja com promessas incríveis, mas falsas. Preste atenção ainda a chamadas apelativas, que envolvam escândalos ou milagres. Erros de digitação também devem servir de alerta.
  • Ser redirecionado para outra página completamente diferente. De acordo com a AVG, isso pode indicar que o site é falso ou que um site original foi invadido ou contaminado por um malware.
  • Alerta do navegador. Muitos navegadores impedem que o usuário acesse páginas que considera suspeitas. O Chrome, por exemplo, emite avisos sobre conteúdos perigosos e enganosos quando detecta phishing e malware. É possível optar para acessar esses sites não seguros. No entanto, não é recomendável.

Além de observar esses fatores, também pode recorrer a serviços online gratuitos, que fazem uma varredura e checam se o site está contaminado com algum programa malicioso. O VirusTotal é o mais conhecido deles. Basta inserir o endereço e pesquisar. O resultado é exibido em inglês.

6. Investigue a reputação da loja online

Mulher faz pesquisa no Google em um tablet

Antes de fechar uma compra em uma loja virtual, é boa ideia pesquisar sobre ela em um motor de busca, como o Google. Se houver algo ruim, provavelmente aparecerá na pesquisa.

Aproveite para verificar sobre a reputação da empresa no site Reclame Aqui. Na plataforma, consumidores expõem insatisfações em dos mais diversos tipos. As companhias têm espaço para responder e resolver os problemas, e essa intermediação fica visível a todos.

Captura de tela do site Reclame Aqui

Portanto, é possível acompanhar os descontentamentos de clientes e como a loja se posiciona em relação a situações adversas. O Reclame Aqui, inclusive, informa o percentual de perguntas respondidas e de questões resolvidas.

Já a ferramenta Whois, do site Registro.br, exibe informações sobre o nome do dono do site, contato e quando e onde ele foi registrado. Insira o endereço no formato www.nomedosite.com.br, sem http ou https, nem itens após o br, como barras. Suspeite se encontrar divergências.

Captura de tela do site Whois

Por fim, também pode recorrer à pesquisa pelo Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da empresa no site da Receita Federal. No documento, ficam disponíveis o nome real e fantasia, além da descrição da atividade econômica.

O CNPJ da loja online normalmente pode ser encontrado no final da página inicial do site da loja. Basta rolar a tela até o fim e procurar pela numeração, próxima ao endereço.

7. Na dúvida, confirme os contatos

Mulher fala ao celular enquanto olha laptop

Se depois de todas essas observações, ainda não tiver certeza se o site é seguro para comprar, faça um último teste. Procure pelos contatos na página da loja e ligue ou mande um e-mail.

Se for uma instituição autêntica, o atendimento será como o esperado de uma empresa séria. Suspeite se, ao telefone, for atendido por alguém que use gírias ou não tenha segurança para responder a dúvidas sobre os produtos.

No caso de e-mail, veja se há erros gramaticais e se a mensagem conta com a mesma identidade visual do site. São detalhes que podem fazer toda a diferença.

Para comprar online em segurança

Se após checar todos os aspectos indicados acima, chegar à conclusão de que o site é seguro, então, é hora de comprar. Mas mantenha na cabeça que jamais deve ser descuidar, para evitar imprevistos.

1. Confira as regras de trocas e devolução

Tela do computador exibe site de ecommerce

Antes de fechar a compra, procure as informações sobre as políticas de trocas e de devolução da loja. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, em uma compra online, é possível devolver o produto até 7 dias após a data de recebimento.

Não é preciso que o produto tenha um defeito, pode ser apenas por não gostar ou se arrepender da aquisição. Confira se o site cumpre com o que é exigido por lei. Caso contrário, desista da compra e denuncie a loja no Procon do seu estado.

2. Escolha um método de pagamento seguro

Mulher olha para o celular enquanto tem o laptop no colo

Dê preferência ao cartão de crédito virtual, método de pagamento desenvolvido especificamente para compras online. Em alguns bancos, a cada transação, os dados do cartão expiram, para manter a segurança.

Em outras instituições, essa numeração não muda, mas difere daquela do cartão de crédito físico. No entanto, se notar alguma atividade suspeita, é possível cancelar e solicitar um novo rapidamente.

Apesar de considerados seguros por não exporem os dados bancários do usuário, o pagamento por boleto também oferece riscos. De acordo com a empresa de softwares de segurança Avast, pessoas mal-intencionadas podem gerar boletos falsos.

Nesses casos, é praticamente impossível obter o ressarcimento. Para piorar, há golpistas solicitam os dados bancários da vítima com a desculpa de transferir o valor e acabam obtendo informações sigilosas.

3. Faça as compras em uma rede privada

Smartphone aberto na tela do site Aliexpress

Jamais faça as compras usando uma rede de Wi-Fi pública. Por ser uma rede aberta, é mais fácil para um hacker intermediar a conexão entre o seu PC e o site. Principalmente, se for uma página sem protocolo SSL ou TLS.

Portanto, é recomendado comprar online apenas através de uma rede Wi-Fi privada, como da sua casa, ou usando sua rede de dados móveis.

4. Guarde os comprovante da transação

Após efetuar a sua compra em uma loja virtual, uma recomendação dos especialistas é guardar os comprovantes. Tanto os de pagamento como de conclusão da compra.

Se precisar, faça uma captura de tela. Assim, se ocorrer algum problema, terá em mãos todos os documentos necessários para comprovar que a transação foi feita.

5. Use um antivírus

Parece um pouco óbvio, mas confira se o antivírus está ativado no momento da compra. Assim, terá uma camada extra de proteção a seus dados, o que nunca é demais.

6. Ative as notificações de transações bancárias

Ilustração de cartão de crédito em fundo roxo

Se o seu banco já não lhe envia alertas sobre as transações bancárias feitas, veja se ele oferece o recurso. Se tiver, peça para ativá-lo. Assim, quando for feita qualquer movimentação em sua conta ou cartão de crédito, será avisado em tempo real. Caso não seja o responsável, deverá avisar à instituição financeira o mais rápido possível.

Taysa Coelho
Taysa Coelho
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com especialização em Comunicação Organizacional Integrada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Desde 2012, escreve sobre tecnologia e tenta descomplicar a vida dos usuários de dispositivos eletrônicos.